Liga Europa: Braga vence na Turquia mas é eliminado!

De Istambul, Leonardo Jardim pode não trazer a continuidade na Europa mas traz a certeza que comanda um conjunto de respeito. O SC Braga venceu no inferno do Besiktas por 0x1 e sonhou até final com algo mais. Valeu.

Lima dá esperança

Depois de Rúben Amorim ter falhado a vantagem minhota, foi o homem do costume na legião bracarense a inaugurar o marcador, aos 28 minutos. Jogada de insistência de Alan no flanco direito, cruzamento rasteiro para o interior da pequena área onde Lima, à «matador», surgiu a meter o pé. O SC Braga voltava à vida e refrescava o ambiente no inferno turco.

Solto das primeiras amarras, o SC Braga encetou sem medo o caminho que o poderia levar ao céu. Pressionou os turcos, cruzou, rematou e deixou bem claro que nem sempre uma descida ao inferno é sinónimo de morte. Mas nestas coisas sobrenaturais não há pátria que se atravesse e foi com a entrada de Hugo Almeida, aos 33 minutos, que o Besiktas melhorou.

O português deu trabalho a uma defensiva minhota que até então ia dando conta dos trabalhos mas foi outro português, querido inimigo, que assustou um SC Braga que continuava a sonhar. Manuel Fernandes, aos 41 minutos, «arrumou» dois do caminho mas encontrou em Quim um autêntico bloco de gelo.

Era o pior momento do jogo para a equipa de Leonardo Jardim, que no lance seguinte quase se autoflagelava num ambiente já de si hostil. Sempre e sempre os portugueses dos turcos a preocupar, agora com Quaresma a isolar Hugo Almeida, mas seria Douglão, numa tentativa de corte, quase a trair Quim. Passava o perigo e o intervalo chegava em boa altura.

A eliminatória fervilhava de emoção, com o SC Braga a correr pela felicidade. Foi apanhando sustos pelo caminho, como aos 49', com Quaresma a usar a «sua» trivela para assustar Quim. O mesmo Quim, que aos 55' voltou a brilhar depois do cabeceamento de Sivak. Era assim que tinha de ser para os minhotos, expostos, porque só com risco podia chegar ao que queria.

Lima tão perto

E podia ter chegado, aos 57 minutos, quando Lima gelou Istambul, silenciosa perante a ocasião do brasileiro. Surgiu isolado perante Cenk, quis-lhe tirar o chapéu e acabou por enfiar o barrete. A bola passou ao lado, e o inferno respirava de alívio. O jogo estava assim, dividido, e Jardim apostou tudo, ao tirar Amorim e colocar Nuno Gomes.

Era um autêntica corrida contra o tempo que os minhotos acabariam por perder, mas não sem recuperarem no Bósforo um pedaço do prestígio perdido em Braga. Até ao último apito, os portugueses do Besiktas foram assustando mas nunca viveram descansados. No final, a crueldade dos factos. A Liga Europa fica sem os dois finalistas portugueses da época passada.